Ariel Gustavo Ferrari
Cristiane Rodrigues Ferrari
Campinas – SP, 2020
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O que é a Fé e seu maior exemplo
Mediante o Sacramento do Batismo, todo Cristão recebe a graça santificante das virtudes teologais para ter um melhor relacionamento com Deus. Essas virtudes são: fé, esperança e caridade.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC): "A Fé é um dom sobrenatural, dado diretamente por Deus às nossas almas, no qual podemos crescer com o auxílio do Espírito Santo, que move nosso coração em direção a Deus, para que o conheçamos e creiamos n’Ele e em suas verdades reveladas (CIC 153).
Sem o sacramento do Batismo, nossa fé se limita a crer na ação humana, ou seja, “o homem tendo fé na palavra de outro homem”; já com o sacramento do batismo e a infusão das virtudes teologais, podemos crer, pela fé e pela ação do Espírito Santo, que existe a Santíssima Trindade e podemos crer também nas promessas reveladas.
Um exemplo corriqueiro de fé humana é quando compramos um medicamento e acreditamos que ele vai nos ajudar a alcançar uma melhora dos sintomas ou até mesmo a cura de alguma enfermidade.
Em relação à fé sobrenatural, podemos citar como exemplo a seguinte passagem:
“Foi pela fé que Noé, avisado divinamente daquilo que ainda não se via, levou a sério o oráculo e construiu uma arca para salvar a sua família. ” - (Hb 11,7)
Maria é um grande exemplo de fé (CIC 148). A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a “obediência da fé”. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel, acreditando que “a Deus nada é impossível” (Lc 1, 37).
“Durante toda a sua vida e até à última provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, a sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer no cumprimento da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé.” (CIC 149)
O homem anseia e busca o sentido da vida, conforme o Catecismo explica: “Deus não cessa de atrair o homem para si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar. ” (CIC 27).
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Dificuldades para manter a Fé
Deus nos dá a graça santificante durante a nossa vida para enfrentarmos dificuldades e mantermos inabalada a nossa fé. E por que ainda assim algumas vezes a dúvida vem nos visitar?
Porque a concupiscência nos dá a incerteza sobre a verdade e os ensinamentos de Deus. Isso acontece devido à mancha do pecado original. Ou seja: mesmo tendo ciência, pela ação do Espírito Santo, de que devemos ter fé e acreditar nas coisas que o magistério da Igreja nos ensina, essa inclinação ao pecado promove esse afastamento da Verdade. Com isso, devemos lutar para permanecermos íntegros no caminho. Para que não nos abalemos devemos estar sempre em contato com as Sagradas Escrituras e os Sacramentos da Confissão ou Reconciliação e da Eucaristia.
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O que é Conversão
A conversão, no sentido literal e isolado da palavra, pode ser interpretada como a ação de alterar e/ou modificar um sentido, caminho ou direção.
Pela fé, a conversão é uma graça infundida pelo Espírito Santo: ao crermos em nossa salvação, estamos dispostos à mudança de vida e a nos configurar a Jesus Cristo, cumprindo os ensinamentos e o plano de Deus em nossa vida, para assim alcançarmos a Verdade.
Quando Jesus chama os pecadores e os convida à conversão e a mudança de vida, Ele também faz esse convite a mim e a você, como um pai que orienta o filho sobre como se comportar diante da dificuldade e também em sua vida cotidiana, pois Jesus veio ao mundo para redimir todos os pecados e nos libertar da morte eterna.
“Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: ‘Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores’ (Mc 2, 17). Convida-os à conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa ‘alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa’ (Lc. 15, 7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, ‘pela remissão dos pecados’” (Mt 26, 28).
Mesmo sendo Deus, Jesus não obriga ninguém a segui-lo, incluindo eu e você. Devemos, por prudência, obediência e humildade, ouvir o que Ele tem a nos dizer e discernir qual a melhor decisão a se tomar. Essas pequenas renúncias ao egoísmo e à autossuficiência, bem como o exercício da caridade, são atitudes que nos aproximam de Deus e, consequentemente, do Céu. Toda mudança requer esforço, luta e sacrifício, que começam a partir de uma decisão que deve ser reafirmada diariamente, em cada atitude, sabendo que nossa recompensa será o Céu.
“A conversão realiza-se na vida cotidiana por gestos de reconciliação, pelo cuidado dos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, pela confissão das próprias faltas aos irmãos, pela correção fraterna, a revisão de vida, o exame de consciência, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos, a coragem de suportar a perseguição por amor da justiça. Tomar a sua cruz todos os dias e seguir Jesus é o caminho mais seguro da penitência. ” (CIC 1435).
O caminho de conversão nos leva a viver uma vida diferente da vida mundana e com objetivos retos, sendo exemplo e inspiração para as pessoas que estão à nossa volta, tornando essa distinção uma forma de auxílio aos nossos pares para chegarem também a Deus e alcançarem também a salvação.
“Para ser humano, a resposta da fé, dada pelo homem a Deus, deve ser voluntária. Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçara fé contra vontade. Efetivamente, o ato de fé é voluntário por sua própria natureza. E certo que Deus chama o homem a servi-lo em espírito e verdade; mas, se é verdade que este apelo obriga o homem em consciência, isso não quer dizer que o constranja [...]. Isto foi evidente, no mais alto grau, em Jesus Cristo. De fato, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo nenhum constrangeu alguém. Deu testemunho da verdade, mas não a impôs pela força aos seus contraditores. O seu Reino [...] dilata-se graças ao amor, pelo qual, levantado na cruz, Cristo atrai a si todos os homens. ” (CIC 160).
A fé e a conversão caminham juntas, e é necessário a todo cristão católico buscá-las diariamente para se manter firme frente aos desafios cotidianos.
