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Jesus, o nosso plano de Salvação

Atualizado: 24 de mar. de 2021

Bárbara Letícia Ferrari Silva

Juliana Rocha Mendes Pedreira

Campinas - SP, 2020


--Querido leitor, Deus tem um plano de salvação para nossas vidas! Você já parou para refletir sobre isso? A nossa história de salvação começou no Jardim do Éden, quando Adão e Eva, os pais da humanidade, cometeram o pecado original ao desobedecerem a Deus, comendo do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Até esse momento, Deus, em sua infinita bondade, havia nos presenteado com toda a Criação, com a vida eterna e todos os dons necessários para bem vivê-la. No entanto, ao desobedecerem a Deus, Adão e Eva foram expulsos do paraíso e perderam muitos dons concedidos a eles na criação e, deste modo, condenaram toda a humanidade às mesmas penas.

--Imagine uma mulher grávida de um homem muito rico, com grandes posses. A criança que irá nascer, nesse contexto, seria herdeira de uma grande herança e viveria em meio a muita riqueza. Porém, no nono mês de gestação, prestes a ter o filho, a mulher descobre que seu marido perdeu tudo o que tinha, e passou a dever para muitas pessoas. Então, essa criança que iria nascer em meio às riquezas, nascerá com dívidas vindas de seus pais. Assim é o pecado original em nossas vidas, mas com uma diferença: nós não íamos nascer com riquezas materiais e sim com riquezas espirituais, não íamos precisar enfrentar a velhice, a morte, lutar contra os pecados da preguiça, gula, avareza, inveja, ira, etc. No entanto, por causa do pecado de nossos primeiros pais, Adão e Eva, nós perdemos tais dons, chamados preternaturais, e o pior, perdemos também o acesso ao Céu [1].

--Querido leitor, nenhum homem seria capaz de pagar a dívida da humanidade com Deus, causada pelo pecado original. Eu não poderia, por exemplo, tomar o seu lugar para redimir a mancha do pecado original em você, ou vice-versa. Apenas um homem perfeito, sem pecados, somente o próprio Deus encarnado, seria capaz de fazer isso por nós. E esse homem é Jesus Cristo.

“Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. São Paulo o afirma “pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores” (Rm 5,19). “Como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram…” (Rm 5,12). À universalidade do pecado e da morte o Apóstolo opõe a universalidade da salvação em Cristo: “Assim como a falta de um só resultou na condenação de todos os homens, do mesmo modo, da obra de justiça de um só (a de Cristo), resultou para todos os homens justificação que traz a vida (Rm 5,18).” (CIC 402).

--O próprio Jesus nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14, 6). Querido leitor, não há outra forma de sermos salvos. O plano de salvação de Deus para todos nós é a humanidade do Cristo, que é o próprio Deus encarnado. Neste momento, é importante esclarecer do que se trata, afinal de contas, a Salvação. A Salvação é a participação na felicidade de Deus. Lembremo-nos de que, no Jardim do Éden, Adão e Eva, possuíam a felicidade humana e a perderam por conta do pecado original. Mas Deus, em sua infinita bondade, quis nos devolver não apenas essa felicidade, mas a felicidade eterna, infinita [2].

--Jesus veio ao mundo sendo perfeitamente Deus e perfeitamente homem. Foi homem como nós, e suas dores eram como as nossas dores. Jesus sentia frio, fome, tristeza, alegria e dor. Foi tentado pelo demônio, como nós também somos tentados. Sua humanidade era verdadeira. Sua morte na Cruz foi real e imensamente dolorida. Você já se imaginou sendo pregado em uma cruz? Mesmo que você tente imaginar, não é possível alcançar tamanho sofrimento. A morte de Jesus só teve valor como salvação para nós porque Ele é o Filho de Deus. Era um Deus padecendo, sofrendo, derramando sangue por nossa causa e no lugar de cada um de nós, voluntariamente [3]. Ao meditar a agonia de Nosso Senhor, é possível começar a compreender o tamanho de seu amor por nós.

“Foi Ele que nos amou e enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados. ”- (1 Jo 4, 10)

--Deus enviou seu Filho único para morrer por nossos pecados individualmente, para ser o Cordeiro de Deus. No Antigo Testamento, era comum que os homens oferecessem a Deus sacrifícios de animais, como forma de manter uma Aliança com Ele. Hoje, nós não precisamos fazer isso, pois Jesus é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29).

--Após sua morte, e conforme havia prometido, Jesus ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia e retornou a vida no Céu, o que mostra que Ele era realmente o próprio Deus. Jesus ressuscitou com um corpo glorificado e hoje vive glorificado no Céu [4]. Lembremo-nos, neste momento, da aparição de Jesus aos apóstolos no Cenáculo, após a sua Ressurreição: Jesus mostrou aos seus Apóstolos as suas mãos, os seus pés e comeu com eles, isto é, Jesus ressuscitado mostrou que a sua humanidade continua sendo real, apesar de agora se apresentar num corpo glorificado. Jesus é a porta da nossa Salvação, da felicidade perfeita; Ele entrou no Céu levando a sua humanidade como “prisioneira” e é unidos a ela que todos nós entraremos no paraíso [2]. Querido leitor, nossa vida está escondida em Cristo!

--Talvez você tenha se questionado no decorrer dessa leitura se todos os homens já têm salvação garantida, uma vez que Jesus redimiu o pecado de toda a humanidade na Cruz. A respeito disso, a Sagrada Escritura esclarece que: “Quem crê em Jesus não é condenado, mas quem não crê já está condenado” (Jo 3, 18). Ou seja, o Senhor nos diz que a nossa salvação depende da nossa fé em Jesus e da abertura do nosso coração às graças, provindas de Deus, por meio de Sua Paixão [5]. Veja que tal afirmação faz todo sentido se pararmos para analisar que a fé é a virtude pela qual cremos firmemente nas verdades que Deus nos revelou por sua autoridade infalível [4]. Ora, foi o próprio Deus que nos revelou que usou da humanidade de Jesus para nos salvar; por isso, ao negar Jesus, negamos a salvação de Deus para nós, pois Ele foi o único meio pelo qual Deus nos devolveu a chance de alcançar o céu.

--Se imaginarmos que uma epidemia de doença se compara a uma epidemia de pecados no mundo, Jesus seria a única vacina existente, a única forma de curar e de criar anticorpos contra a enfermidade do pecado. No entanto, a liberdade humana nos permite recusar a vacina por não crer em sua eficácia, e ao recusá-la corremos o risco de morte [5]. Da mesma forma, não podemos ser salvos por Jesus se o negarmos, se recusarmos a Salvação por Ele oferecida.

--Ao olharmos para a vida pública de Jesus, podemos perceber que as pessoas que o conheciam, deixavam suas vidas para segui-Lo, como os doze discípulos e Maria Madalena, além de tantos outros. Essas pessoas não perguntavam o que iriam fazer ou então por que deveriam segui-Lo, apenas o conheciam e deixavam a vida velha para trás. Assim também deve ser conosco. No livro de Apocalipse vemos que tipo de decisão Deus espera de nós:

“Conheço suas obras: você nem é frio, nem é quente. Quem dera que você fosse frio ou quente! Mas, já que você é morno, nem frio nem quente, vou vomitá-lo da minha boca. ” - (Ap 3, 15-16)

--Nesses versículos fica claro que não podemos ter uma vida dividida, ou seja, não é possível sermos salvos pela metade. Ou somos salvos, ou não somos! Ou acreditamos firmemente em Deus ou não acreditamos!

--A fé permite que a graça de Deus vá redimindo nosso coração de nossos pecados, de nosso egoísmo, para que, dessa forma, nossas obras externas se tornem reflexo da graça e da transformação que Deus operou no íntimo de nossos corações [5].

--Encontramos um grande exemplo de fé ao olharmos para a história do ladrão que morreu ao lado de Jesus. Este homem já estava entregue ao pecado, estava morrendo na cruz devido aos erros que cometeu em sua vida, mas, ao ver Jesus morrendo ao seu lado, ao reconhecer Jesus como seu Senhor e Salvador, se arrependeu, dizendo: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu Reino” (Lc 23, 42), e Jesus lhe responde: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lc 23, 43). Uma simples frase, mas dita com um coração sincero fez com que aquele homem fosse salvo em seu último instante de vida. E Jesus é claro ao dizer que o espera com Ele no paraíso, ou seja, Deus tinha um lugar reservado no céu para aquele homem. E assim também é conosco: Deus tem um lugar único para cada um de nós, uma cadeira com cada nome. Se você não alcançar o Céu ninguém poderá ocupar o seu lugar, pois a Salvação é individual. Assim como Deus Pai sonhou com sua vida individualmente, Jesus morreu para salvá-lo dos pecados. Se houvesse apenas você no mundo, Jesus morreria novamente.

--Jesus nos espera ressuscitado e glorificado no Céu para um banquete. Que possamos pedir a ajuda de Maria Santíssima e dos nossos Santos Anjos para alcançarmos a felicidade eterna e podermos um dia contemplar a face de Nosso Senhor Jesus.


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. JUNIOR, Padre Paulo Ricardo de Azevedo. Existia morte antes do pecado original?, 2013. (11min01s). Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/episodios/existia-morte-antes-do-pecado-original>. Acesso em: 16 mar. 2020.

  2. JUNIOR, Padre Paulo Ricardo de Azevedo. Humanidade de Cristo, sacramento de salvação. 2018. (25min26s). Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/episodios/humanidade-de-cristo-sacramento-da-salvacao>. Acesso em: 13 mar. 2020.

  3. ABIB, Mons. Jonas. Maria a mulher do Gênesis ao Apocalipse. Editora Canção Nova: São Paulo, 2011.

  4. TRESE, Leo. A fé explicada. 14. ed. São Paulo: Quadrante, 2015.

  5. JUNIOR, Padre Paulo Ricardo de Azevedo. Sem fé não há salvação, 2015. (25min39s). Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/episodios/sem-fe-nao-ha-salvacao>. Acesso em: 02 mar. 2020.

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