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São João Maria Vianney e a paternidade espiritual do homem

Atualizado: 24 de mar. de 2021

Nicolas Gabriel de Souza

Luís Henrique da Silva

Campinas - SP, 2020


--A paternidade vai muito além daquele que gera uma vida, não se resumindo somente ao progenitor, se nós queremos saber o verdadeiro significado da figura do pai devemos voltar os nossos olhares a Deus Pai, que é nosso Pai e Criador. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos traz grandes pilares da paternidade ao dizer que “Ao designar Deus com o nome de ‘Pai’, a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é a origem primeira de tudo e a autoridade transcendente, e, ao mesmo tempo, que é bondade e solicitude amorosa para com todos os seus filhos. ”(CIC 239). O pai é amor e autoridade sublime com teus filhos, ele se sacrifica quando é preciso, por isso o pai é aquele que deve se impor com autoridade maior dentro de tua casa e mesmo amando muito aos teus filhos deve corrigi-los e direcioná-los para o caminho certo quando necessário. Deus, sendo nosso Pai, nos mostra isso com perfeição, nos mostrando também que ninguém é pai como Ele.

--Além da paternidade biológica temos também a espiritual, sendo uma tão importante quanto a outra. Somente a paternidade espiritual, ou seja, o sacerdote pode nos conceder a graça divina. Os sacerdotes são feitos para os confessionários, nos dando acesso ao sacramento da confissão, e para o altar, nos dando acesso ao sacramento da Eucaristia. Isso nos leva ao caminho da graça cotidiana que se for vivido da forma mais pura, coerente e frequente nos aproxima da santidade. Além disso, o pai espiritual tem o papel de sempre nos auxiliar em nossa dificuldade e nos aproximar cada vez mais de Deus e da nossa salvação. Assim podemos ver que no sacerdócio também há um belíssimo chamado a paternidade, a qual tem inúmeros filhos para cuidar, sem esquecer-se do zelo e autoridade dentro de tua casa, a Santa Igreja. São João Maria Vianney dizia que “Se soubéssemos bem o que é um padre na terra, morreríamos: não de medo, mas de amor”. São João Batista Maria Vianney teve sua vida dedicada à salvação das almas por meio do seu ministério, deixou o seu exemplo de pai espiritual doando o seu amor a comunidade de Ars onde viveu [1].

--Este santo nasceu em 8 de maio de 1786, em Dardilly próximo de Lyon na França, filho de camponeses, passou a infância ajudando os pais na lavoura. Aos 17 anos ainda não era alfabetizado, tal fato se deu por enfrentar a difícil situação que a França passava, uma revolução política e social. Um cristão árduo na oração e grande devoto da Virgem Maria. Teve ajuda de um sacerdote que viu os seus dons e seu chamado a vocação sacerdotal, padre Balley, que se dispôs a ajudá-lo com os estudos de teologia e latim. Em 1815 foi ordenado sacerdote aos 29 anos e após três anos, foi enviado a pequena comunidade de Ars-sur-Formans, mais conhecida como “Ars”, uma cidade de 230 habitantes, tomada pela imoralidade, bailes profanos, inúmeros pagãos, blasfêmias e trabalhos aos Domingos. Então, Padre Vianney começou o trabalho de catequizar e evangelizar os paroquianos com a extrema importância do sacramento da confissão, comunhão e penitências, chegando a permanecer cerca de 16 horas no confessionário. A fé e a constante oração operaram o maior milagre de Vianney, em pouco tempo conseguiu a conversão de muitos pecadores, e plantou em seus corações o desejo pela comunhão aos Domingos, algo que estava ficando extinto naquela época em Ars, de tal modo que sua fama se espalhou por toda a Europa sendo conhecido como Padre João Cura D'Ars (Cura= Pároco) [2].

--São João Maria Vianney foi um santo que viveu a paternidade espiritual da forma mais simples e pura possível, o que não diminui a sua grandeza, mas enalteceu a beleza de suas ações e virtudes. Não foi um homem que fez grandes viagens pregando o evangelho, mas sim um padre santo. Viveu o sacerdócio com pleno amor ao Santíssimo Sacramento, onde tudo era voltado a Deus. Seu amor era tão grande que os seus afazeres eram realizados da forma mais bela e santa possível. São João Maria Vianney era um homem que não media esforços e nem tempo para Deus, passando horas e horas em orações, adorações, confissões, penitências, sacrifícios, e celebrações da Santa Missa. São João Maria Vianney se mortificava diariamente pelo seu povo/fiéis (família) e tua casa (Santa Igreja) como um verdadeiro pai, não vivendo para si mesmo e sim para a tua família, buscando sempre a salvação dos filhos de Deus, os teus amados fiéis.

--Em 1859 São João Maria Vianney faleceu deixando uma enorme santidade na região de Ars, anos depois decorrente da beatificação seu corpo foi exumado e para surpresa de todos se encontrava incorrupto, mostrando após sua morte esse grande milagre. São João Maria Vianney foi canonizado pelo santo padre, o Papa Pio XI, no ano de 1925 e proclamado padroeiro dos sacerdotes por ter vivido a vocação de uma forma santa. Que possamos pedir a intercessão deste grande santo em nossas vidas para reconhecermos a importância dos sacerdotes, sabermos respeitá-los, honrá-los e principalmente colocá-los em nossas orações, pois são eles que nos ajudam a estarmos em estado de graça por meio dos sacramentos e assim nos aproximarmos de Deus. Que possamos também servir e amar a Jesus Eucarístico à exemplo do santo, para um dia poder contemplá-lo face a face no Céu [3].


 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. JUNIOR, Padre Paulo Ricardo de Azevedo. A santa ira de São João Maria Vianney. Disponível em: <https://padrepauloricardo.org/blog/a-santa-ira-de-sao-joao-maria-vianney>. Acesso em: 14 mar. 2020.

  2. Equipe Portal Vatican News. São João Maria Vianney. Disponível em: <https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-08/sao-joao-maria-vianney.html>. Acesso em: 8 mar. 2020.

  3. Equipe Portal Canção Nova. São João Maria Vianney. Disponível em: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-joao-maria-vianney-padroeiro-dos-sacerdotes/>. Acesso em: 14 mar. 2020.

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